Para quem não leu o primeiro texto sobre D. Magda, ela era empregada da casa de minha mãe aos 12 anos. Mulata grande de voz forte, adorava as rádio-novelas daquela época. Havia uma novela cuja personagem tinha seu nome que, na voz poderosa de Roberto Faissal, soava-lhe como uma súplica banhada de desejo:
“Magda, meu amorrr”! E ela, com o irmão mais novo de minha mãe no colo, sentada defronte ao rádio, respondia: “Fala, meu amor, que eu tô aqui”!
Um dia, sensibilizados pela paixão de D. Magda pelo ator, pagaram-lhe um ingresso para que fosse assistir à rádio-novela ao vivo, lá na Rádio Nacional, imaginem! Quando D. Magda voltou, todos a esperavam ansiosos por saber do programa. Mas ela estava muito decepcionada. Disse: “Ele (o Roberto Faissal, antes objeto de desejo) tem cara de amendoim…”
Como disse minha mãe: “demos olhos ao cego”.
(Imagem: www.anosdourados.net.br)